A expedição de reconhecimento do litoral brasileiro comandada por Gonçalo Coelho chegou à Baía da Guanabara em 1º de janeiro de 1502. Ao ent...
A expedição de reconhecimento do litoral brasileiro comandada por Gonçalo Coelho chegou à Baía da Guanabara em 1º de janeiro de 1502. Ao entrar na boca da baía, o navegador imaginava estar diante de um grande rio e deu nome ao lugar de Rio de Janeiro. Nomear lugares de acordo com o santo do dia ou um acidente geográfico era uma prática da época. Outros gentílicos foram incorporados com nomes indígenas, de uma planta ou mesmo de um animal.
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No período colonial, do Século XVI ao XVIII, a região sempre dependeu, como meio de locomoção, de seus rios. Sair ou chegar à cidade do Rio de Janeiro vindo ou indo para o interior, era muito difícil. As trilhas e os caminhos eram de terras alagadas e encharcadas. Era preciso contornar morros, fugindo das águas paradas e dos rios, que, àquela época, eram de grande volume.
As fazendas e pequenas propriedades localizaram-se inicialmente nas margens dos rios Iguassú, Mirity, Sarapuhi, Estrela, Macacu e o Guaxindiba. Nas fazendas, surgiram portos para escoar a produção: farinha, feijão, milho, arroz, açúcar, aguardente, lenha, produtos das olarias, café etc. Muitos portos deram nomes às localidades como conhecemos hoje: Porto do Brejo, em Belford Roxo; Engenho do Porto, em Duque Caxias; Porto da Pavuna, em São João de Meriti; Porto Iguassú (origem da Vila do mesmo nome), em Nova Iguaçu; Porto Estrela (da extinta Vila da Estrela); Porto da Piedade, em Magé; etc. Nesses portos, havia sistema de canoagem explorado por terceiros que lucravam com o transporte dos produtos. Os portos não só eram saída para transporte de mercadorias, mas também de passageiros.
Muitos casos ficaram conhecidos, como o do marinheiro inglês Johan Charing, que chegou no Rio em 1725, ganhou exclusividade para estabelecer um serviço de canoagem pelo Rio Iguassú até o sítio do Couto, em Xerém. As canoas de Charing eram as preferidas por serem mais seguras, eficientes e ligeiras. O inglês criou sua família, de dois casamentos, teve filhos e netos na Freguesia do Pilar, hoje Duque de Caxias. O povo humilde, escravos, mestiços mamelucos e cafusos, gente com pouco domínio da língua, o chamava de Chérem. Por causa dessa corruptela, a localidade passa-se a chamar Xerém.
Outro importante porto da Baixada foi o do Rio Estrela, em Magé, um dos temas prediletos do pintor Thomas Ender, um austríaco que chegou ao Brasil em 1817. Também o alemão Jonhann Moritz Rugendas, que veio para o país em 1821, registrou, em belíssima gravura de 1824 (acima), o Porto da Estrela. Na descrição, assim ele se expressa: “A estrada que vai de Porto da Estrela e Minas passa diante de belas plantações, atrás das quais se percebem, ao longe, as pontas angulosas da Serra dos Órgãos. Tropeiros e mulas chegam às dezenas e não é de espantar que Porto da Estrela seja a um tempo muito animado e muito industrial. É lugar de reunião para os homens de províncias do interior; aí se encontra gente de todas as posições sociais e podem-se observar suas vestimentas originais e sua atividade barulhenta. Aí se organizam caravanas que partem para o interior e somente aí o europeu depara com os verdadeiros costumes do Brasil”.
As fazendas e pequenas propriedades localizaram-se inicialmente nas margens dos rios Iguassú, Mirity, Sarapuhi, Estrela, Macacu e o Guaxindiba. Nas fazendas, surgiram portos para escoar a produção: farinha, feijão, milho, arroz, açúcar, aguardente, lenha, produtos das olarias, café etc. Muitos portos deram nomes às localidades como conhecemos hoje: Porto do Brejo, em Belford Roxo; Engenho do Porto, em Duque Caxias; Porto da Pavuna, em São João de Meriti; Porto Iguassú (origem da Vila do mesmo nome), em Nova Iguaçu; Porto Estrela (da extinta Vila da Estrela); Porto da Piedade, em Magé; etc. Nesses portos, havia sistema de canoagem explorado por terceiros que lucravam com o transporte dos produtos. Os portos não só eram saída para transporte de mercadorias, mas também de passageiros.
Muitos casos ficaram conhecidos, como o do marinheiro inglês Johan Charing, que chegou no Rio em 1725, ganhou exclusividade para estabelecer um serviço de canoagem pelo Rio Iguassú até o sítio do Couto, em Xerém. As canoas de Charing eram as preferidas por serem mais seguras, eficientes e ligeiras. O inglês criou sua família, de dois casamentos, teve filhos e netos na Freguesia do Pilar, hoje Duque de Caxias. O povo humilde, escravos, mestiços mamelucos e cafusos, gente com pouco domínio da língua, o chamava de Chérem. Por causa dessa corruptela, a localidade passa-se a chamar Xerém.
Outro importante porto da Baixada foi o do Rio Estrela, em Magé, um dos temas prediletos do pintor Thomas Ender, um austríaco que chegou ao Brasil em 1817. Também o alemão Jonhann Moritz Rugendas, que veio para o país em 1821, registrou, em belíssima gravura de 1824 (acima), o Porto da Estrela. Na descrição, assim ele se expressa: “A estrada que vai de Porto da Estrela e Minas passa diante de belas plantações, atrás das quais se percebem, ao longe, as pontas angulosas da Serra dos Órgãos. Tropeiros e mulas chegam às dezenas e não é de espantar que Porto da Estrela seja a um tempo muito animado e muito industrial. É lugar de reunião para os homens de províncias do interior; aí se encontra gente de todas as posições sociais e podem-se observar suas vestimentas originais e sua atividade barulhenta. Aí se organizam caravanas que partem para o interior e somente aí o europeu depara com os verdadeiros costumes do Brasil”.
As informações são do colunista Genesis Torres
Via O Dia