A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando um possível esquema de desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para o pagamen...
A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando um possível esquema de desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para o pagamento de cabos eleitorais durante a gestão do ex-prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (Republicanos), conhecido como Waguinho. Segundo as investigações, cerca de R$ 5,2 milhões teriam sido transferidos via Pix para diversas pessoas nos últimos meses do mandato de Waguinho, entre novembro e dezembro de 2024.
Os repasses, que variaram entre R$ 15 mil e R$ 55 mil, beneficiaram candidatos a vereador, secretários municipais, parentes, servidores e até mesmo pessoas sem qualquer vínculo com a administração pública. As planilhas analisadas pela polícia apontam que os recursos desviados eram provenientes do SUS.
Entre os beneficiados com os maiores valores estão Alessandro Rocha Paúra, ex-secretário executivo de Educação, e sua mãe, Maria Luiza Rocha Paúra, que receberam R$ 55 mil cada. Outros ex-secretários municipais, como Abraão França Duarte (Planejamento e Orçamento) e Lucas de Aguiar Silva (Mobilidade Urbana), também receberam repasses significativos.
A investigação apura ainda o envolvimento de outros nomes ligados à gestão de Waguinho, como Marcelo Machado (ex-secretário de Transportes), sua esposa Cristiane de Souza Machado, e Milton Welby Mercadante Lapa, candidato a vereador pelo Republicanos. Um assessor de serviços da Secretaria de Educação, Derick Henrique Antunes Silva, também teria recebido um "presente de Natal" de R$ 49,8 mil.
Waguinho deixou o cargo em janeiro de 2025, após dois mandatos como prefeito. Ele é casado com Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo. A coluna não conseguiu contato com o ex-prefeito.
Acusações de vandalismo e uso da máquina pública
Ao assumir a Prefeitura de Belford Roxo, o atual prefeito, Marcelo Canela, acusou Waguinho de "vandalizar" a sede do Executivo municipal, alegando furto de computadores, HDs e apagamento de informações.
Em dezembro de 2024, Waguinho já havia sido acusado de usar a máquina pública para beneficiar a candidatura de seu sobrinho. As denúncias incluem contratação excessiva de cargos temporários e comissionados com finalidade eleitoral e exonerações em massa após a eleição. O Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro pediu a inelegibilidade do ex-prefeito por 8 anos.
A Polícia Civil segue investigando o caso para apurar a extensão do esquema e identificar todos os envolvidos