O Secretário de Defesa Civil e Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Sampaio Monteiro, confirmou que o Hospital Federal de...
O Secretário de Defesa Civil e Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Sampaio Monteiro, confirmou que o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) não tem Certificado de Aprovação dos Bombeiros e possuía anotação de dois autos de infração. O Monteiro explicou que uma interdição do prédio era "praticamente impossível" por se tratar de um hospital com centenas de leitos no meio de uma pandemia.
— Quando assumi, há 30 dias, pedi uma grande reunião com todos hospitais, não é só o HFB que tem problemas. Mas é muito difícil, quase impossível, interditarmos hospital com 600 leitos — disse o secretário, que confirmou a inadequaão do HFB. — Nosso código de segurança contra incêndio é legislação da década de 70 e é difícil prédio antigo se adequar. O hospital não estava adequado. Não possui certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros. Mas eles têm brigada de incêndio atuante, e estavam aumentando contato conosco.
O comandante disse que o foco de incêndio é no subsolo, na sala de arquivo, e a principal dificuldade no combate ao fogo é o acesso a esse local. Ele disse que, dos 300 pacientes que haviam no local no início do incêndio, 52 já foram transferidos para outras unidades.
— A fumaça sai dos dois prédios, porque os prédios 1 e 2 são ligados. Já entramos na operação de rescaldo. Acredito que as vítimas com risco já foram removidas e não teremos mais perdas — explicou
O secretário ainda informou que a vítima confirmada saiu do local com vida, mas faleceu durante seu deslocamento para outra unidade. Ele disse contar com recursos humanos suficientes para os travalhos. Por enquanto há 168 homens e 90 cadetes foram convocados.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB), que presidiu a Comissão Externa da Câmara Federal para vistoria dos hospitais federais do Rio de 2017 e 2019, se dirigiu ao Hospital Federal Bonsucesso no início desta tarde, onde ela também trabalhou, como médica, até 1991. A deputada disse que, nas vistorias, problemas estruturais no prédio já haviam sido apontados por funcionários.
— A comissão identificou falta de recursos humanos e de manutenção nos prédios. É um problema grave de gestão e de investimentos — explicou a deputada.
Os trabalhos da comissão renderam quatro projetos de lei e uma ação judicial, através da Defensoria Pública da União. Mas todas essas matérias se concentraram em contratação de RH e escolha de direção do hospital, e não especificamente dos problemas estruturais.
Via Extra