RIO DE JANEIRO - PMs do 22º BPM (Maré) prenderam, nesta terça-feira, Valdeci Nunes da Silva, conhecido como Açougueiro, Carlos Augusto Rodri...
RIO DE JANEIRO - PMs do 22º BPM (Maré) prenderam, nesta terça-feira, Valdeci Nunes da Silva, conhecido como Açougueiro, Carlos Augusto Rodrigues da Silva, 20 anos, Alessandro Ferreira Coelho da Silva, 18 anos, Alifer Marques dos Santos, 18 anos e Carlos Henrique de Azevedo, 33 anos. Açougueiro é acusado de ter assassinado Raphael Rodrigues da Paixão, o DJ Chorão, 26 anos, no ano passado.
Com eles, foram apreendidos uma submetralhadora Uzi e drogas ainda não contabilizadas. Os PMs encontraram os suspeitos dentro de uma casa na Favela Parque Parque União, no Complexo da Maré, na Zona Norte.
O caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso).
DJ foi morto por ordem do tráfico | Foto: Reprodução
Morto por ordem do tráfico
DJ Chorão foi visto pela última vez na saída de um baile na favela onde morava. Relatos apontam que ele foi abordado quando chegava em casa, na Rua da Paz, de madrugada. Tentou fugir, mas foi ferido por tiros na perna. Arrastado até a Rua Brasília, teria sido submetido ao "tribunal" e morto, sob tortura.
De acordo com o delegado André Pieroni, titular da 54ª DP (Belford Roxo), a mãe de Raphael procurou a unidade policial para registrar o desaparecimento do filho.
Chorão começou a organizar e tocar em baile na comunidade Chaparral, próxima ao Parque União, meses antes de ser morto. E tinha sido advertido por traficantes da Maré a não se apresentar no local, dominado por milícia que expulsou o Comando Vermelho. Não obedeceu. Esse teria sido um dos motivos da execução.
O outro foi a desconfiança, por parte dos traficantes, de que ele estivesse por trás de informações usadas pela polícia em uma operação feita na favela uma semana antes. No último baile, Chorão foi informado de que traficantes estavam à sua procura. O DJ disse a amigos que "depois conversaria com os caras" e permaneceu na festa.
A namorada escreveu na Internet: “Luto para ele era verbo, para nós é saudade”. Acuada, a estudante já saiu da favela. Na página no Facebook da empresa Sem Limite Produções, onde Chorão trabalhava, mensagem foi deixada: “Perdemos um amigo. Fica com Deus, DJ Chorão”.
Querido por moradores
O DJ Chorão foi o criador e era o organizador do baile do Parque União há três anos. O jovem, que começou nas carrapetas aos 13 anos, era querido por moradores e frequentadores da comunidade, porque seus bailes tinham hora para acabar, não terminavam já de manhã, como muitas festas que aconteciam na favela.
Devido à sua popularização no meio do funk, começou a trabalhar com muitos MCs, em especial o MC Max, seu parceiro principal, e o MC Doisdê. Participou da programação e festas de várias rádios do Rio e de programas de televisão.
Na sua página no Facebook, Chorão tem mais de 250 fotos de apresentação em bailes. Nos seus comentários no site, não aparece nenhuma citação sobre facção criminosa. Antes de sumir, o DJ Chorão teria sido submetido a um ‘julgamento’ na frente de vários moradores do Parque União. A sentença final foi dada pelo chefe do tráfico da favela, Jorge Luiz Moura, o Alvarenga.
Segundo moradores que saíam para trabalhar, o jovem foi espancado e seu corpo teria sido retalhado, colocado num saco e jogado no final da Rua Ari Leitão, na Maré. Segundo testemunha, alguns moradores ainda tentaram convencer criminosos para que eles devolvessem o corpo, mas os bandidos alegaram que Chorão traiu o grupo e essa era sua sentença.
Ex-mulher e filha somem
O vice-presidente da Associação de Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk), o cantor Mano Teko, disse que foi informado da morte do DJ Chorão, mas não sabia detalhes. Desde o sumiço do jovem, a ex-mulher e a filha do DJ não foram mais vistas na comunidade, segundo contaram amigos e vizinhos. Elas deixaram o local, e ninguém sabe o paradeiro.
Para Igor Monteiro, o Xerife, do site Balada Mixx, o DJ Chorão era um dos profissionais mais conceituados do ramo. Ele contou que esteve com o artista há duas semanas num baile e que o jovem estava tranquilo.
“Ele era muito comunicativo, era um ótimo DJ. Era considerado um dos melhores no meio do funk. Para o Chorão, sua a família e Deus estavam acima de tudo”.
Com eles, foram apreendidos uma submetralhadora Uzi e drogas ainda não contabilizadas. Os PMs encontraram os suspeitos dentro de uma casa na Favela Parque Parque União, no Complexo da Maré, na Zona Norte.
O caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso).
DJ foi morto por ordem do tráfico | Foto: Reprodução
Morto por ordem do tráfico
DJ Chorão foi visto pela última vez na saída de um baile na favela onde morava. Relatos apontam que ele foi abordado quando chegava em casa, na Rua da Paz, de madrugada. Tentou fugir, mas foi ferido por tiros na perna. Arrastado até a Rua Brasília, teria sido submetido ao "tribunal" e morto, sob tortura.
De acordo com o delegado André Pieroni, titular da 54ª DP (Belford Roxo), a mãe de Raphael procurou a unidade policial para registrar o desaparecimento do filho.
Chorão começou a organizar e tocar em baile na comunidade Chaparral, próxima ao Parque União, meses antes de ser morto. E tinha sido advertido por traficantes da Maré a não se apresentar no local, dominado por milícia que expulsou o Comando Vermelho. Não obedeceu. Esse teria sido um dos motivos da execução.
O outro foi a desconfiança, por parte dos traficantes, de que ele estivesse por trás de informações usadas pela polícia em uma operação feita na favela uma semana antes. No último baile, Chorão foi informado de que traficantes estavam à sua procura. O DJ disse a amigos que "depois conversaria com os caras" e permaneceu na festa.
A namorada escreveu na Internet: “Luto para ele era verbo, para nós é saudade”. Acuada, a estudante já saiu da favela. Na página no Facebook da empresa Sem Limite Produções, onde Chorão trabalhava, mensagem foi deixada: “Perdemos um amigo. Fica com Deus, DJ Chorão”.
Querido por moradores
O DJ Chorão foi o criador e era o organizador do baile do Parque União há três anos. O jovem, que começou nas carrapetas aos 13 anos, era querido por moradores e frequentadores da comunidade, porque seus bailes tinham hora para acabar, não terminavam já de manhã, como muitas festas que aconteciam na favela.
Devido à sua popularização no meio do funk, começou a trabalhar com muitos MCs, em especial o MC Max, seu parceiro principal, e o MC Doisdê. Participou da programação e festas de várias rádios do Rio e de programas de televisão.
Na sua página no Facebook, Chorão tem mais de 250 fotos de apresentação em bailes. Nos seus comentários no site, não aparece nenhuma citação sobre facção criminosa. Antes de sumir, o DJ Chorão teria sido submetido a um ‘julgamento’ na frente de vários moradores do Parque União. A sentença final foi dada pelo chefe do tráfico da favela, Jorge Luiz Moura, o Alvarenga.
Complexo de favelas da Maré ainda é território de resistência de criminosos, que disputam áreas entre si | Foto: Carlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia
Ex-mulher e filha somem
O vice-presidente da Associação de Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk), o cantor Mano Teko, disse que foi informado da morte do DJ Chorão, mas não sabia detalhes. Desde o sumiço do jovem, a ex-mulher e a filha do DJ não foram mais vistas na comunidade, segundo contaram amigos e vizinhos. Elas deixaram o local, e ninguém sabe o paradeiro.
Para Igor Monteiro, o Xerife, do site Balada Mixx, o DJ Chorão era um dos profissionais mais conceituados do ramo. Ele contou que esteve com o artista há duas semanas num baile e que o jovem estava tranquilo.
“Ele era muito comunicativo, era um ótimo DJ. Era considerado um dos melhores no meio do funk. Para o Chorão, sua a família e Deus estavam acima de tudo”.
Via O DIA