A mãe da recém-nascida que morreu queimada em uma incubadora da Casa de Saúde e Maternidade Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na última ...
A mãe da recém-nascida que morreu queimada em uma incubadora da Casa de Saúde e Maternidade Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na última sexta-feira (14), esteve no Balanço Geral RJ desta terça-feira (15) e falou sobre o sofrimento da família. Sem registro de nascimento, os pais lutam para enterrar a filha.
— Quando eu estava no fórum, a advogada entrou em contato com o presidente dos cartórios para tentar o registro em Belford Roxo, porque meu marido não estava conseguindo. Por eu ser casada no papel com outra pessoa, eles disseram que eu deveria escrever uma carta de recomendação, sendo que nós temos outros filhos e não houve problema algum. A advogada informou, apenas, que nada poderia ser feito.
Segundo Alessanda Cristina Ferreira Luiz, mãe da criança, a notícia da morte foi dada por um médico, uma assistente social e pelo chefe de enfermagem. Porém, um pouco antes, a família havia sido informada que nada grave aconteceu.
— Primeiro, pessoas gritavam e diziam que o berçário pegou fogo. Em seguida, um funcionário do hospital disse que não tinha sido nada demais. Quando perguntei pela minha filha, falaram que ela estava com dificuldade para respirar, mas que logo eu poderia vê-la. Depois de muita enrolação, recebi a notícia da morte e fiquei sem reação.
Para a mãe, houve negligência por parte do hospital e a família prentende entrar na Justiça.
— Algum médico ou enfermeira deveria ter olhado o bebê. Nós pretendemos acionar a Justiça não pelo dinheiro, mas para preservar outras vidas.
Agora, para Alessandra, fica a saudade e o desejo de lutar até o fim por uma resposta.
— Eu vou continuar a vida, porque tenho quatro filhos e eles precisam de mim. Se o hospital for culpado, terá que pagar, porque eu não vou desistir. Eles continuam errando e famílias sofrem.
A direção do hospital afirma que está à disposição da família e aguarda contato para providenciar o sepultamento.