A banalização do bullying e o seu combate e a falta de apoio no ambiente familiar foram apontados como os principais responsáveis pelo cr...
A banalização do bullying e o seu combate e a falta de apoio no ambiente familiar foram apontados como os principais responsáveis pelo crescimento dos casos de discriminação e preconceito contra crianças e adolescentes no estado. O tema pautou a discussão do VII Fórum da Infância e Juventude, realizado no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, nesta semana. Idealizado pela Comissão Disque Criança da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o evento debateu a evolução desse tipo de episódio nas famílias e escolas. De acordo com o presidente da comissão, deputado Waguinho (PRTB), “o bullying deve ser discutido junto aos órgãos educacionais e à sociedade, pois é crescente e precisa ser combatido na origem familiar e educacional”.
“O constrangimento criado pelo bullying é gerado a partir da formação da criança dentro de casa. A prática vai crescendo de acordo com o tratamento familiar recebido”, afirmou Mércia de Oliveira, representante da Secretaria Municipal de Educação do Rio, uma das palestrantes. Um dos fatos mais discutidos durante a reunião foi a dificuldade de se encontrar maneiras para pôr fim ao preconceito. Para a conselheira Marisa Chaves, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), os valores familiares são os alicerces para se entender se determinada criança será ou não afetada pela discriminação ou se agirá de forma discriminatória.

A presidente da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), Tereza Cristina Cosentino, citou a falta de possibilidades de diagnósticos como a principal responsável pelo desenvolvimento das discriminações entre crianças e adolescentes. “O crescimento do bullying surge a partir da ausência de diagnósticos para esta forma de violência. Temos de partir do princípio de que a sociedade vem perdendo os seus limites morais, resultando, assim, na ultrapassagem das fronteiras de uma brincadeira saudável para a ofensividade, gerada pela pura maldade ou ausência de valores”, enfatizou.
Outro prisma abordado durante a discussão do fórum, e trazido pela defensora pública Eufrásia Maria das Virgens, foi a legislação de proteção à infância, que, segundo ela, “é bastante avançada, mas não suficiente para combater todas as formas do bullying”. Eufrásia ainda assegurou que programas de ajuda à criança estão sendo criados para dar suporte às vitimas de discriminações. “Somos os pioneiros na criação de um programa de apoio e recolhimento da criança que sofre algum tipo de preconceito no Rio e temos a possibilidade de assegurar que estamos lutando para garantir todos os direitos da infância na sociedade”, completou a defensora.
Ao encerrar o evento, o deputado Waguinho assegurou estar esperançoso com o que presenciou: “Encerro esta reunião com a certeza de que estamos no caminho certo. O bullying é um caso grave, mas que será combatido com força por nossa comissão. Aproveito também para agradecer os presentes por tão enriquecedor debate e asseguro que, hoje, demos apenas o primeiro passo. Iniciamos uma arrancada para uma luta que não terá fim e que, com certeza, irá se alastrar por todos os municípios”.
Fonte. ALERJ