A Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro realizaram na manhã desta quarta-feira (28 de junho), a operação "Ma...
A Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro realizaram na manhã desta quarta-feira (28 de junho), a operação "Market Fake" contra uma quadrilha especializada em golpes através de anúncios falsos na internet. A vítima era atraída para Belford Roxo, onde era sequestrada, torturada e extorquida até o último centavo possível. Até o momento 28 pessoas foram presas.
A ação tem como objetivo cumprir 54 mandados de prisão e 55 de busca e apreensão contra a quadrilha. Segundo os agentes, além de atuar em Belford Roxo, o grupo também tem braços em Duque de Caxias, São João de Meriti e outros municípios da Baixada Fluminense, além da capital, São Gonçalo e outras cidades da Região Metropolitana.
De acordo com as investigações, os criminosos publicavam falsos anúncios de compra e venda de veículos na internet com preço um pouco abaixo do mercado e, ao marcarem o encontro - realizados sempre em Belford Roxo - para a negociação, as vítimas eram sequestradas e levadas para comunidades onde eram submetidas a tortura. Uma das vítimas chegou a ficar 4 horas em cativeiro com os criminosos.
Em seguida, os bandidos obrigavam as vítimas a entrarem em contato com familiares e exigiam transferências de valores por meio de PIX. Pelo menos 35 vítimas de diversos municípios do estado foram identificadas.
“Eles conseguiram entrar em contato com a minha esposa para fazer um Pix para eles, num valor de R$ 10 mil. Só depois desse dinheiro, a gente conseguiu negociar para descer. Levaram outros pertences nossos, como aliança, cordão, celular, o dinheiro que estava no bolso”, detalhou uma das vítimas ao RJTV1.
De acordo com o Ministério Público, a quadrilha tem cinco núcleos de atuação:
- os anunciantes: responsáveis para atrair as vítimas;
- o braço armado: criminosos que sequestravam e torturavam as pessoas;
- o grupo das maquininhas: responsáveis por levar as maquinas de cartão ao local onde as vítimas estavam em cativeiro;
- os recebedores das transferências em pix que depois repassavam o dinheiro aos integrantes da quadrilha e;
- os receptadores: responsáveis por vender os produtos roubados como celulares e joias.
Durante as investigações dos casos registrados, os agentes levantaram informações de inteligência, coletaram depoimentos e identificaram os alvos. Foram 35 registros feitos em delegacias, um prejuízo estimado de R$600 mil.
Também participam da operação outras delegacias do Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB), do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC), do Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI), do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), além da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).