A Justiça do Rio mandou soltar dois PMs que abordaram dois jovens de 18 e 20 anos que posteriormente foram encontrados mortos em Belford Rox...
A Justiça do Rio mandou soltar dois PMs que abordaram dois jovens de 18 e 20 anos que posteriormente foram encontrados mortos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A ordem de soltura vem quase dois anos após o caso que aconteceu em dezembro de 2020.
Em imagens gravadas por câmeras de segurança, é possível ver que um policial atira em direção aos dois jovens que passam de moto. Outra câmera, mostra, na sequência, os jovens sendo levados pelos policiais. Uma perícia realizada no local encontrou o que parece ser sangue no solo, bem como nos tapetes da viatura.
Na decisão desta semana, a 7ª Câmara Criminal concede habeas corpus ao cabo Júlio Cesar Ferreira dos Santos e ao soldado Jorge Luiz Custódio da Costa. A substitui a prisão preventiva por medidas cautelares como:
- Comparecimento mensal em juízo, para informar e justificar atividades; Proibição de ausentar-se da Comarca de sua residência, salvo com autorização judicial prévia e monitoração eletrônica -
A defesa dos policiais, formada pelos advogados Claudio Dalledone Junior e Renan Canto, disse que a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro "foi justa e acertada" e que "o tecnicismo utilizado pelo Desembargador Relator merece destaque e reconhecimento". "Além de policiais, são homens de família, que não registram antecedentes criminais", acrescentou.
Os dois PMs foram presos em flagrante em 2020 após vídeos serem obtidos pela Polícia Civil. As prisões foram confirmadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. As armas foram apreendidas.
As vítimas são Edson Arguinez Junior, de 20 anos, e Jordan Luiz Natividade, de 18 anos.
Edson (esquerda) e Jhordan (direita): os dois jovens foram encontrados mortos após abordagem policial Foto: Reprodução
A família recebe a notícia com 'revolta'
Jordan Luiz Natividade, de 18 anos morava com a mãe, o padrasto e a irmã menor em São Bernardo, Belford Roxo. Ele ajudava o padrasto e cursava o ensino médio, fazendo aulas online devido a pandemia da Covid-19 na Escola Municipal Manoel Gomes.
Natália Esteves, tia de Jordan, disse na época do crime que a primeira informação que receberam era de que o sobrinho e seu amigo tinham sido presos.
"Esse é o sentimento de revolta. Porque ali na situação ele não reagiram em nada. Nada que os policiais pudessem se sentir ameaçados. Não tem resposta."
"Covardia" é o que diz mãe
Renata, mãe de Edson, disse que o filho era brincalhão, alegre e amoroso, que gostava muito de jogar futebol. Na época do crime, ela também lamentou a atuação dos policiais.
"Em vez de proteger o cidadão, eles fazem covardia", resumiu.
A Subsecretaria de Estado de Vitimados informou que ofereceu auxílio psicológico e social para as famílias dos rapazes.
Via G1