RIO DE JANEIRO - O procurador da República Eduardo El Hage, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio, afirmou em pronunciam...
RIO DE JANEIRO - O procurador da República Eduardo El Hage, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio, afirmou em pronunciamento na manhã de hoje que a semelhança do suposto esquema de corrupção comandado pelo governador Wilson Witzel (PSC) com a atuação da quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) fez com que os investigadores se sentissem em um "túnel do tempo".
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou hoje o afastamento imediato de Witzel do cargo de governador do Rio de Janeiro devido a suspeitas de fraude em compras na área da saúde durante a pandemia do coronavírus. A decisão do ministro Benedito Gonçalves tem validade inicial de 180 dias. Witzel também foi denunciado pela PGR (Procuradoria-geral da República).
De acordo com o procurador, Witzel teria usado ao menos três mecanismos semelhantes aos de Cabral para desviar e lavar recursos públicos. O governador e os demais citados negam as acusações.
"Nos vimos como num túnel do tempo, revendo diversos fatos que já tínhamos investigado, só que com outros personagens". Eduardo El Hage, procurador da República
Assim como Cabral e Adriana Ancelmo, Witzel teria usado o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel, para simular a prestação de serviços advocatícios, de forma a lavar recursos oriundos dos cofres públicos do estado.
O procurador também mencionou a utilização de uma transportadora de valores para ocultar o dinheiro obtido com as fraudes. Há ainda a utilização de doleiros no Uruguai, a exemplo do esquema comandado pelos doleiros Juca Bala e Tony — que acabaram delatando Cabral e seus parceiros.
Via UOL