BELFORD ROXO - Na casa de sua avó, em Belém, no estado do Pará, o pequeno Kevyn Pantajo estava tristonho — rubro-negro desde pequeno, ...
BELFORD ROXO - Na casa de sua avó, em Belém, no estado do Pará, o pequeno Kevyn Pantajo estava tristonho — rubro-negro desde pequeno, acompanharia a partida decisiva da Libertadores sozinho, no último sábado. A paixão pelo time foi herdada pelo pai, Wellington Pantajo, morto há cerca de um ano: o menino não poderia vibrar a vitória histórica do time ao lado daquele que o ensinou a amar o Flamengo.
Aquilo que seria uma final melancólica, no entanto, mudou após o tio do menino, Pedro Lellis, de 26 anos, ver a cena. Ele o convidou para assistir ao jogo em sua casa e até comprou uma camisa do Flamengo para acompanhar a partida, com direito a pipoca e tudo. Detalhe: Pedro é "vascaíno doente". A história foi postada nas redes sociais pela mulher dele, Mayra Mendes, de 29 anos, e viralizou.
Ela conta que no intervalo do jogo, os dois foram buscá-la em seu trabalho — ambos vestindo camisas rubro-negras.
— Quando vi (o Pedro) vestido com a camisa do Flamengo eu não acreditei. Uma coisa que nunca iria imaginar na minha vida. Depois, como a partida iria recomeçar, terminamos de ver o jogo lá mesmo no Shopping — conta Mayra, irmã do pai do menino.
A jovem acrescentou que Kevyn sempre foi muito tímido, mas depois que o pai foi morto, a criança ficou ainda "mais fechada". O único, segundo ela, que consegue estabelecer uma comunicação maior com o menino é seu marido: "assumiu um pouco o lugar da figura paterna".
— Ele devia estar sentindo falta do pai. Na hora em que o Pedro chegou à casa da minha mãe (avó do Kevyn), vários pais estavam saindo com os filhos para verem o jogo. Meu sobrinho deveria estar sentindo falta do dele — afirmou a jovem.
Após a morte do pai, Kevyn e um de seus irmãos foram morar com a avó. O outro, caçula, ficou com sob os cuidados da mãe, que mora em uma cidade vizinha.
Sobre a final, a atitude dos tios — além da vitória do Flamengo, claro — surtiu efeito:
— Na hora dos gols, o Kevyn vibrava. Ele estava falava bastante, coisa que não costuma fazer — disse Mayra. — Fiquei muito feliz com tudo o que aconteceu por isso tirei uma foto dos dois e compartilhei no grupo de amigos.
Depois, seguindo conselhos de amigas, ela compartilhou a história também no Instagram e no Facebook. Neste último, até a tarde desta segunda-feira, a postagem já acumulava quase 200 mil curtidas, 30 mil comentários e 60 mil compartilhamentos. No final do texto, Mayra diz que "nunca será só futebol". Ela está certa, realmente não é.
Via Extra