SAÚDE - O diretor presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa, disse que a nova orientação sobre a...
SAÚDE - O diretor presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa, disse que a nova orientação sobre a vacina contra a dengue é uma cautela. Na última quarta-feira (29), a Anvisa recomendou que as pessoas que nunca tiveram doença não tomassem a vacina.
A vacina é aplicada em clínicas particulares e custa em média R$ 300 cada dose: são três ao todo. A vacina serve para os quatro subtipos da dengue, mas sua eficácia é de 60%, de acordo com a Anvisa.
A vacina foi registrada no Brasil em dezembro de 2015, e começou a ser vendida em agosto do ano passado. Mas agora, o próprio laboratório Sanofi fez um alerta: ela aumenta o risco de complicações, para quem nunca teve doença. Se uma pessoa que não teve contato com o vírus, tomar a vacina e depois for picada por um mosquito contaminado, pode acabar desenvolvendo uma forma mais grave da dengue.
Segundo o laboratório, o risco é de que, a cada mil pacientes soronegativos vacinados, cinco sejam hospitalizados caso peguem a doença (aumento de 0,5% no risco) e dois tenham dengue severa. Esta semana, a Anvisa decidiu restringir a recomendação da vacina.
O diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, explica que o laboratório cumpriu todo o protocolo para ter autorização no Brasil. A agência levou nove meses, que é o tempo médio para dar o registro. “Cumpriu todo protocolo. Essa vacina hoje está registrada além do Brasil em outros 18 países. Houve toda essa troca de informação e de avaliação conjunta com as grandes agências regulatórias do mundo”, fala Barbosa.
Barbosa explica os efeitos para quem nunca teve dengue e toma a vacina. “A pessoa quando toma a vacina, ela não desenvolve a doença. O que acontece é que o sistema imunológico passa a desenvolver anticorpos contra os da dengue que estão na vacina. Mas a pessoa que não tem doença. Não é esperado que uma pessoa que toma vacina da dengue tenha sintomas da dengue em decorrência da vacina”.
O diretor-presidente explica ainda que nem todos que tomaram a vacina, se infectados, vão ter os sintomas mais graves. “Não foi identificado nenhum caso que levasse a um desfecho como a morte. O que houve são aqueles casos em que a pessoa pode vir a ter problemas de sangramento de mucosas, de gengiva, por exemplo."
As informações surgiram são preliminares. A Anvisa já está cobrando mais estudos. “A gente tem que tomar uma atitude de precaução. Quem não teve dengue ou não sabe se teve dengue e não tem meios de fazer os exames para identificar se teve ou não contato prévio com o vírus da dengue, não deve tomar a vacina até que a gente esclareça completamente essa situação”.
por Jornal Hoje
Via G1