Antônio mostra a foto do pai, Climaco Severino, uma das seis supostas vítimas de Idalina BELFORD ROXO - No dia 5 de agosto, Idalina Ma...
Antônio mostra a foto do pai, Climaco Severino, uma das seis supostas vítimas de Idalina |
BELFORD ROXO - No dia 5 de agosto, Idalina Maria Fernandes Lima, de 41 anos, foi até a casa de Climaco Severino da Silva, de 70, em Nova Iguaçu, para comprar o seu carro, um Prisma. Ao chegar, disse que os R$ 40 mil que levava no bolso haviam sido roubados. Ficou combinado que iriam ao banco no dia seguinte para retirar o dinheiro do veículo. Esta foi a última vez que Antônio Clímaco da Silva, de 34, viu o seu pai.
— Dois dias depois, essa mulher ligou para falar que ele tinha morrido na UPA do Lote Quinze, em Belford Roxo. Ela sacou R$ 5 mil da conta do meu pai e usou o cartão para gastar o resto. Sobraram R$ 3. E ainda levou o carro — contou Antônio.
A causa da morte está registrada como encefalopatia diabética, mas a família afirma que Climaco não tinha histórico da doença. O caso foi registrado na 54ª DP (Belford Roxo) e, a partir dele, o delegado Luiz Henrique Guimarães descobriu casos semelhantes nos arquivos de outras delegacias:
— Nos registros que encontramos, vimos que, dos nove homens que se relacionaram com ela, seis acabaram morrendo de forma suspeita. A maioria teve edema pulmonar. Em todos os casos a Idalina recebeu alguma vantagem, como o dinheiro do seguro de vida, um carro e até uma casa.
Segundo delegado, a suspeita tenta virar o jogo sempre que se sente pressionada. Para isso, já procurou as delegacias ou o Ministério Público para denunciar as famílias das vítimas. Foi o que fez no caso de Climaco.
— Ela veio até a 54ª DP para devolver o Prisma e falar que não estava envolvida com a morte dele. Também tentou registrar uma queixa de agressão contra o filho da vítima. Como já tínhamos levantado tudo, acabou sendo presa — afirmou.
O primeiro registro encontrado contra Idalina é de outubro de 2010. Na ocasião, Rodrigo Marques Lima foi até a 58ª DP (Posse) para dizer que a ex-companheira havia furtado quinze folhas de cheques do seu talão e falsificado a sua assinatura para comprar um carro. Alguns dos pagamentos teriam sido feitos a agiotas, colocando em risco a vida da vítima.
Ao ser presa, Idalina tentou inventar uma história para se defender. Segundo o delegado, ela tem talento para a mentira. Ele a classificou como “artista do mal”.
Vítima perde o marido e a casa
Um dos golpes atribuídos a Idalina parece história de novela. Casada por 18 anos com Francisco José Fontes Machado, a empregada doméstica Lucilene Gonçalves Machado, de 44 anos, conta que o marido saiu de casa no início do ano passado porque precisava de um tempo.
— Ele foi para a nossa casa de praia em Saquarema e eu fiquei no Rio. Após dois meses, soube que ele tinha morrido com um edema pulmonar na UPA de Nova Iguaçu e que já havia sido enterrado — diz.
Quando pegou a certidão de óbito, uma nova surpresa. Nela, constava que Francisco, de 52, era divorciado e tinha uma união estável com Idalina desde 13 de maio, menos de um mês antes de sua morte. Lucilene teve que apresentar os seus documentos para obter uma nova certidão.
Segundo Lucilene, Idalina comprou um carro (que está desaparecido), entrou no INSS para pegar a pensão (recusada) e, por fim, tentou vender a casa de Saquarema.
— Meu marido tinha uma deficiência no braço e podia comprar carros com desconto. Essa mulher tirou tudo que eu tinha. Estou lutando agora para ficar com a casa.
Via Jornal Extra
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