BELFORD ROXO - Assustados com a crescente onda de violência e o aumento do poderio bélico de criminosos, moradores de Belford Roxo, na B...
BELFORD ROXO - Assustados com a crescente onda de violência e o aumento do poderio bélico de criminosos, moradores de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, vivem a expectativa de que ações definitivas de segurança pública cheguem à sua cidade, para, principalmente, livrá-los da opressão do tráfico de drogas. Em três municípios, essa possível ‘libertação’ está traçada e planejada pela Secretaria de Segurança Pública na forma de três novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e uma Companhia Destacada.
Previstas para saírem do papel até o ano que vem, as três novas unidades fora da capital, juntas, beneficiariam mais de dois milhões de pessoas.
Se o plano da secretaria tivesse sido cumprido à risca, as comunidades do Salgueiro, em São Gonçalo, VilaTiradentes, em São João de Meriti, e Gogó da Ema, em Belford Roxo, teriam ganhado suas UPPs em abril e maio deste ano. Havia até data para as ocupações da polícia e, posteriormente, as inaugurações das sedes. No entanto, a onda de crimes praticada por bandidos do Complexo da Maré ‘furou a fila’ das intervenções policiais e adiou o sonho de paz de moradores da Baixada e São Gonçalo.
Sem efetivo formado na Polícia Militar para fazer as três unidades, além da Maré, o planejamento foi adiado. A previsão é de que esta última — já ocupada pela Força de Pacificação do Exército — receba sua UPP no primeiro semestre de 2015. O conjunto de 15 favelas deve ganhar uma sede e pelo menos mais duas bases avançadas, com um efetivo total em torno de 1.500 policiais militares. Após esse prazo, o plano da secretaria prevê que as novas ocupações sejam feitas.
Enquanto o governo do estado adiava a retomada dos territórios, a população via os índices de criminalidade darem saltos nas regiões de um ano para outro. De janeiro a maio, período em que seria ocupada, a área da 74ª DP (Alcântara), que corresponde ao Complexo do Salgueiro, por exemplo, registrou 1.330 roubos a pedestres e 67 homicídios. No mesmo período de 2013, foram 942 roubos e 64 mortes. Já em São João de Meriti, o número de pessoas assaltadas nas ruas pulou de 913 nos cinco primeiros meses do ano passado para 1.538 casos em 2014, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).