BELFORD ROXO - A atendente chamada de ‘macaca’ por um cliente no supermercado Mundial, na Tijuca, recebeu o apoio da Comissão de Iguald...
Testemunhas afirmaram que nenhum profissional do supermercado acompanhou a vítima até a delegacia local (18ª DP). Procuradas, a gerência do estabelecimento na Rua do Matoso e a assessoria do Mundial afirmaram que cumpriram o dever ao acionar a PM. A empresa ainda não ofereceu apoio jurídico ou psicológico à Michelle. Roberto Grinspun, de 65 anos, foi liberado após pagar fiança de R$ 1.000 e responderá em liberdade por injúria qualificada. Ele pode ser condenado a até três anos de prisão.
Vítima não ia denunciar
Chocada e chorando muito após a ofensa de teor racista, a atendente Michele da Silva dos Santos ficou sem reação. De acordo com clientes que estavam na fila do setor de frios do supermercado, as próprias testemunhas tiveram que incentivar a vítima a prestar queixa na delegacia.
"Ela estava atordoada. Tivemos que reforçar que era preciso que a denúncia fosse feita", disse Glaucia Torres, uma das clientes que aceitaram ser arroladas como testemunha.
Se for condenado, Grinspun pode pegar até três anos de prisão. Mas o fato de já ser idoso torna improvável que o aposentado chegue a ir para o xadrez.
Entenda o caso
Morador do bairro, o aposentado Roberto Grins-pun, 65, foi preso em flagrante depois que testemunhas acionaram a PM.
O crime de injúria qualificada, quando a ofensa envolve conteúdo racista, ocorreu na Rua do Matoso, a menos de dois quilômetros do Maracanã, que já atrai turistas de todo o planeta que vieram para a Copa do Mundo.
O crime de injúria qualificada, quando a ofensa envolve conteúdo racista, ocorreu na Rua do Matoso, a menos de dois quilômetros do Maracanã, que já atrai turistas de todo o planeta que vieram para a Copa do Mundo.
"É um absurdo que esse tipo de coisa ainda aconteça. Depois que o homem recebeu o queijo que tinha pedido, xingou a atendente. Ela ficou desnorteada. Começou a chorar e a ficar falando consigo mesma. Eu pedi que ele se retratasse, mas ele continuou a fazer compras normalmente, como se nada tivesse acontecido", conta a comissária de bordo Glaucia Torres, 52. Ela diz que a atitude racista também revoltou outros clientes. "Mesmo assim, o gerente do supermercado e os seguranças pareciam não acreditar na denúncia que estávamos fazendo. Tivemos que insistir para que eles chamassem a polícia e abordasse o homem que ofendeu a atendente".
"A atendente ficou desnorteada. Eu pedi que ele se retratasse, mas ele continuou a fazer compras normalmente"
Grinspun foi levado para a delegacia da Praça da Bandeira (18^DP), de onde foi liberado após familiares pagarem fiança de R$ 1.000.
"Ele confessou que chamou a atendente de macaca e se disse arrependido. O crime de injúria qualificada é passível de fiança e, por isso, Grinspun foi liberado por volta das 18h, depois que familiares pagaram o valor exigido", informou o delegado Fábio Barucke, titular da 18 DP.
Via O Dia