Sob protestos de moradores de Itaipu, construção dos anos 50 foi totalmente demolida por uma empresa de Ônibus BELFORD ROXO - No início do...
Sob protestos de moradores de Itaipu, construção dos anos 50 foi totalmente demolida por uma empresa de Ônibus
BELFORD ROXO- No início dos anos 50, o general José Muller construiu uma casa que destoava da paisagem do bairro de Itaipu, em Belford Roxo. Conhecida como Castelinho, a residência tinha dois andares, uma torre, um jardim com piscina e um aquário com o escudo do Botafogo. No fim de 2012, a construção - que entrou para a memória do município - foi demolida pela atual proprietária, a empresa de ônibus Vera Cruz.
No lugar de tanta história, restou entulho, lixo e mato alto. Os moradores protestaram contra a demolição, mas não foram ouvidos.
BELFORD ROXO- No início dos anos 50, o general José Muller construiu uma casa que destoava da paisagem do bairro de Itaipu, em Belford Roxo. Conhecida como Castelinho, a residência tinha dois andares, uma torre, um jardim com piscina e um aquário com o escudo do Botafogo. No fim de 2012, a construção - que entrou para a memória do município - foi demolida pela atual proprietária, a empresa de ônibus Vera Cruz.
No lugar de tanta história, restou entulho, lixo e mato alto. Os moradores protestaram contra a demolição, mas não foram ouvidos.
Brasiliano Passos, Morador de Itaipú |
- O castelo era patrimônio de Belford Roxo, fazia parte da nossa história -contou o morador Brasiliano Passos, de 53 anos.
Por um tempo, a casa foi a sede da Vigilância Sanitária. Em outubro de 2012, foi retomada pela Vera Cruz. A construção nunca foi tombada.
- O patrimônio do município não é valorizado - afirmou o historiador Marcus Monteiro, colunista do Mais Baixada, que denunciou a demolição. Procurada, a Vera Cruz não atendeu ao EXTRA. A Prefeitura de Belford Roxo informou que o imóvel foi demolido na gestão passada.
Patrimônio destruído
A demolição do Castelinho é a prova de que a Baixada Fluminense precisa proteger a sua história. De acordo com o historiador Marcus Monteiro, o único patrimônio que restou em Belford Roxo foi parte da Fazenda do Brejo: - O município perdeu quase todo o patrimônio histórico. A arquitetura da Baixada é heterogênea e nossa origem misturada, de migrantes e imigrantes.
Para Monteiro, as pessoas costumam valorizar construções da época colonial, mas não vêem a imponência das mais recentes.A Prefeitura de Belford Roxo informou que a Secretaria de Cultura vai avaliar os imóveis que podem passar pelo processo de tombamento.
Por um tempo, a casa foi a sede da Vigilância Sanitária. Em outubro de 2012, foi retomada pela Vera Cruz. A construção nunca foi tombada.
- O patrimônio do município não é valorizado - afirmou o historiador Marcus Monteiro, colunista do Mais Baixada, que denunciou a demolição. Procurada, a Vera Cruz não atendeu ao EXTRA. A Prefeitura de Belford Roxo informou que o imóvel foi demolido na gestão passada.
Patrimônio destruído
A demolição do Castelinho é a prova de que a Baixada Fluminense precisa proteger a sua história. De acordo com o historiador Marcus Monteiro, o único patrimônio que restou em Belford Roxo foi parte da Fazenda do Brejo: - O município perdeu quase todo o patrimônio histórico. A arquitetura da Baixada é heterogênea e nossa origem misturada, de migrantes e imigrantes.
Para Monteiro, as pessoas costumam valorizar construções da época colonial, mas não vêem a imponência das mais recentes.A Prefeitura de Belford Roxo informou que a Secretaria de Cultura vai avaliar os imóveis que podem passar pelo processo de tombamento.
MEMÓRIA
Militar atendia os moradores
Militar atendia os moradores
No meio dos restos do Castelinho de Belford Roxo, apenas o antigo consultório do general-dentista continua de pé. A pequena casa, que está caindo aos pedaços, é muito conhecida pelos moradores da região. - Já arranquei dois dentes aí. O general era gente boa e nos atendia de graça. Também usava seu carro para nos levar ao hospital e até apartava brigas de marido e mulher. Cuidava de todos - lembra o aposentado Carlos Rocha, de 62 anos.
O coração do militar nem sempre era mole. Segundo o historiador Marcus Monteiro, o general demitiu vários pedreiros e derrubou dezenas de paredes malfeitas durante a construção do Castelinho. Só sossegou ao contratar Grinovaldes Alves Calixto para fazer o trabalho. Muller acabou padrinho de casamento de Grinovaldes. A sensibilidade do general voltou a fraquejar no da vida. Os moradores contaram que ele morreu, aos 85 anos, com a emoção de saber que o filho fora promovido a general.
O coração do militar nem sempre era mole. Segundo o historiador Marcus Monteiro, o general demitiu vários pedreiros e derrubou dezenas de paredes malfeitas durante a construção do Castelinho. Só sossegou ao contratar Grinovaldes Alves Calixto para fazer o trabalho. Muller acabou padrinho de casamento de Grinovaldes. A sensibilidade do general voltou a fraquejar no da vida. Os moradores contaram que ele morreu, aos 85 anos, com a emoção de saber que o filho fora promovido a general.
Via Jornal Extra
Mais Baixada
Castelinho antes e depois da demolição
Foto Notícias de Belford Roxo