BELFORD ROXO - Lucilene Caetano ainda está se adaptando ao mundo do samba. Rainha de bateria da Inocentes de Belford Roxo – novata no gr...
BELFORD ROXO - Lucilene Caetano ainda está se adaptando ao mundo do samba. Rainha de bateria da Inocentes de Belford Roxo – novata no grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro -, ela tenta conciliar o tempo com a apresentação de um programa de televisão sobre MMA, com os ensaios da agremiação e com as aulas de samba. Sim, ela está fazendo aulas para ter mais graça na avenida. Apesar de já ter desfilado como musa na Portela e da Vai-Vai, em São Paulo, Lucilene acha importante pegar o traquejo de uma rainha de bateria, que, segundo ela, não é o mesmo de uma passista.
”De samba, eu estava tranquila, mas a rainha de bateria samba diferente, ela tem um outro jeito de desfilar, é mais elegante, tem mais postura. Não é como passista, como uma musa. Elas não têm obrigação de demonstrar esse glamour”, compara ela, que nasceu em Goiás e é mais uma rainha "de fora" do Carnaval carioca.
De igual mesmo só o assédio masculino que a ex-musa do Goiás e atual apresentadora do programa de MMA “Planeta Nocaute” continua “sofrendo” no mundo do samba. ”Sempre rola. Mas é tranquilo. É mais uma olhadinha, uma piscadinha. Sei lidar bem com isso”, diz Lucilene, que foi até Belford Roxo, município da Baixada Fluminense que abriga a escola de samba, para homenagear sua bateria no ensaio “Sua majestade, a bateria”.
Como você veio parar na Inocentes de Belford Roxo?
Acho que tem a ver com a história do MMA. O enredo é sobre a Coreia do Sul e foi lá que se originaram o taekwondo e o caratê. Acho que por isso que eles procuraram a minha assessoria querendo que eu fosse rainha de bateria. Fiquei um pouco assustada sem saber se aceitava ou não. Mas aceitei como desafio, era um sonho também, e estou adorando. Acho que estou conseguindo representar bem a galera do MMA. Eles estão felizes por isso.Como está sua rotina?
Não imaginava que seria essa correria. Para quem vive de carnaval deve ser tranquilo. Para mim está mais puxado porque trabalho com TV. É muito compromisso, tem gravação, tem ensaio, tem prova de roupa, escolha do faisão da fantasia, o adereço que vai colocar, aula de samba. Não estou dormindo. Durmo três ou quatro horas por noite, que é o que dá tempo. Está muito corrido.
Por que resolveu fazer aula de samba? Você já não tinha desfilado como musa?
De samba, eu estava tranqüila. Mas a rainha de bateria samba diferente, ela tem um outro jeito de desfilar, é mais elegante, tem mais postura. A forma de andar é diferente. Não é como passista, como uma musa. Elas não têm obrigação de demonstrar esse glamour. Isso é mais difícil. Tem uma bateria ali atrás que você tem que apresentar na avenida.
Você se adaptou bem em sambar diante da bateria, sem atrapalhar os ritmistas?
Fui conhecendo aos poucos, fazendo amizade e vendo o que pode ou não. Mas, às vezes, nos ensaios de rua, me empolgo sambando e eles vêm e dão um toque, mandam eu caminhar (risos). Mas temos uma interação boa.
Dá tempo de malhar com essa correria toda?
Não está dando tempo, não. Tentei malhar bastante antes do Natal, mas fui para Goiânia passar as festas com a minha família e enfiei o pé na jaca mesmo. Comi à beça, comidinha de fazenda. Nas duas primeiras semanas de janeiro, tentei correr atrás do prejuízo, mas agora não está dando muito tempo. Malho duas ou três vezes por semana. Mas, quando vou, fico três horas na academia também.
O que está sendo mais difícil?
Acho que é conciliar a correria e a falta de sono. Gosto muito de dormir e não estou conseguindo. A alimentação também. Não esta dando para comer direito. É muito corre-corre e acabo pulando a refeição.
E o que está lhre dando mais prazer?
O público, a comunidade. Fui muita bem recebida na escola. As pessoas sempre pedem para tirar foto. Está sendo o melhor presente disso tudo.